terça-feira, 7 de agosto de 2007

Oração ao Tempo ( Caetano Veloso )

Tenho percebido que a dimensão do tempo tem se tornado algo muito pessoal e, dependendo do meu astral, da minha disposição ele assume velocidades diferentes.
Há dias que desejo se acabem logo, esses são os que mais demoram a passar e dias que gostaria que durassem uma eternidade, mas passam tão ligeiros que às vezes mal os percebo.
Queria poder ter esse controle nas mãos, e decidir em que ritmo quero que o tempo caminhe. Poder definir o que quero fazer do meu tempo, e se possivel aproveitar mais o momentos de alegria e felicidade que eles proporcionam, pois eles são fulgazes, quando menos percebemos lá se foram e deixaram um gosto de saudades, de quero mais.


Oração ao Tempo
(Caetano Veloso)
És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo, vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo entro num acordo contigo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo Tempo Tempo Tempo és um dos deuses mais lindos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo Tempo Tempo Tempo ouve bem o que te digo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo Tempo Tempo Tempo quando o tempo for propício
Tempo Tempo Tempo Tempo
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo Tempo Tempo Tempo e eu espalhe benefícios
Tempo Tempo Tempo Tempo
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo Tempo Tempo Tempo apenas contigo e migo
Tempo Tempo Tempo Tempo
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo Tempo Tempo Tempo não serei nem terás sido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo Tempo Tempo Tempo num outro nível de vínculo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo Tempo Tempo Tempo nas rimas do meu estilo
Tempo Tempo Tempo Tempo

3 comentários:

BLOG DO ZÉ ROBERTO disse...

O tempo é nosso aliado, mas também é o nosso inimigo. Decifrar os mistérios do tempo é algo impossivel á todos nós. Quantos de nós já não se pegaram reclamando que o fim de semana inteiro passou voando e que uma simples Segunda Feira não acaba nunca? Tudo o que é prazer passa muito rápido e o que é obrigação e compromisso, demora muito pra acabar. Eu também queria ser o senhor do temopo e vou te confessar Clarinha, esses dias eu queria voltar o tempo pra trás, fazer segundos, minutos, horas e dias voltarem pra trás, ah como eu queria...
Tempo, dai-nos paciência pra suporta-lo, para ter saudades de ti ou simplesmente para tentar entendê-lo...

Belo texto Clarinha e a música do Caetano caiu como uma luva! Beijão!

Rodrigo Romeiro disse...

Para os gregos, o tempo - Cronos - devora seus filhos! Isso se passa mesmo, mas à semelhança do mito de Pérsofone, que ao voltar do abismo subterrâneo de Hades se mostra diferente, com um quê de experiência e beleza, assim tb o tempo nos dá beleza - senão a beleza interior! E digo uma coisa: "Esses moços, pobres moços, ah se soubessem o que sei..." pulariam correndo da primeira adolescência para os trinta anos - pelo menos os homens, seres afeitos à bobeira congênita na juventude! Enfim... hoje me sinto muuito melhor que d'antes e assim espero permanecer, até que "a indesejada das gentes chegar"... Enfim...
ótima escolha, Clara! Bjokas!

Anônimo disse...

Sabe, uma vez eu li em agum lugar que o tempo na verdade não muda, o dia bom que desejamos que dure muito, tem a mesma duração que o dia ruim, que queremos que passe logo...o que muda, e manda na verdade, é a nossa ansiedade, e o condicionamento da nossa mente relacionado aos nossos desejos...não temos o controle dessas sensações, por isso sentimos como se o tempo fosse maior ou menor do que o é realmente.
Somos imperfeitos, por isso não temos a compreensão daquilo que é moldado com tamanha perfeição, como o tempo, a natureza, a vida...se tivéssemos, talvez não tivesse a menor graça...não teríamos do que nos ocupar, e a vida seria monótona demais, não é?